O objetivo do OpenNetAudit é desenvolver um aplicativo para auditar a segurança das redes que permita aos usuários verificar a configuração e os objetos de software de acordo com as melhores práticas de segurança. O software vai ser composto pelas mais modernas bibliotecas, incluindo Napalm, Nornir e Netmiko, e suportará formatos padrão como yaml e json para interagir com dispositivos de rede de forma abstrata. Trata-se de uma solução aberta e abrangente para auditar a segurança das redes. O OpenNetAudit permitirá que administradores de rede e analistas de segurança auditem seus dispositivos de rede, recebam comentários sobre as melhores práticas de segurança e criem regras personalizadas para verificar as características específicas de suas redes. O software OpenNetAudit está sendo desenvolvido para ser usado na rede RNP (NREN brasileira) para auditar seus dispositivos de rede. RNP desenvolveu um MVP. Os fundos do FRIDA serão usados para adicionar mais campos ao banco de dados do sistema e implementar uma hierarquia de objetos (usuários, grupos e sites); adicionar filtros para realizar auditorias personalizadas, o que permitirá aos usuários realizar auditorias em subgrupos; desenvolver relatórios robustos e uma ferramenta de rastreamento das vulnerabilidades; adicionar mais fabricantes (Cisco, Huawei, etc.) entre os dispositivos compatíveis com o sistema; adicionar regras personalizadas para a auditoria; e redigir a documentação do software relacionado.
Nuvem Anycast do LACTLD
A Nuvem Anycast do LACTLD é uma rede colaborativa que procura fortalecer a infraestrutura e a estabilidade do DNS na América Latina e o Caribe. Anycast é uma tecnologia de endereçamento que permite o uso otimizado e eficiente das redes. Em uma Nuvem Anycast, uma série de nós (servidores) armazenam cópias do mesmo banco de dados, que é composto pelas zonas dos diferentes clientes da nuvem (lista de domínios gerenciados, por exemplo, .sv, .do, .gt). Por sua vez, esses nós, localizados em diferentes pontos geográficos, compartilham e respondem ao mesmo endereço IP. Então, quando uma consulta é feita a este banco de dados, os sistemas de roteamento escolhem qual de todos os nós disponíveis está mais próximo do ponto de origem da consulta e depois, a direcionam para este ponto da Nuvem Anycast, agilizando assim as respostas. A Nuvem Anycast do LACTLD se distingue por ser regional, colaborativo e sem fins lucrativos. Com esta iniciativa, foi possível fortalecer a infraestrutura e estabilidade tanto dos clientes e nós da Nuvem quanto de toda a rede regional em termos de resiliência, robustez, gestão da carga de tráfego, disponibilidade e agilidade. Da mesma forma, vale ressaltar que é o primeiro projeto do gênero neste setor, sendo uma plataforma de benefícios para todos os participantes e de alta sustentabilidade com baixíssimos custos de participação e altíssimos benefícios.
Centro de Mulheres em Tecnologia Mx (CMTMx)
O Centro de Mulheres em Tecnologia Mx (CMTMx) surge da união de 4 mulheres (Carmen Polanco, México; Nathalia Sautchuk, Brasil; Paola Perez, Venezuela; e Erika Vega, Colômbia) participantes da comunidade da Internet da região, e a colaboração da Associação Nacional de Universidades e Instituições de Educação Superior (ANUIES).
O projeto é desenvolvido a partir de dois eixos: de um lado, será levada adiante a iniciativa #EllaEnElDesarrolloDeInternet, focada na orientação de estudantes mulheres na etapa universitária nas áreas das TIC das universidades de Mérida. Essas estudantes receberão formação sobre o desenvolvimento de habilidades digitais dos Recursos da Internet, Gerenciamento de Redes, Segurança, IPv6, Roteamento Básico e Avançado. As jovens bolsistas contribuirão e participarão da implementação da infraestrutura da Internet nas agências do Governo do Estado e Instituições Educacionais que serão interconectadas ao nó IXP do Estado de Yucatán.
Do outro lado, será levada adiante a experiência BootcampCMTMx. O Bootcamp consiste em uma semana de atividades e oficinas para meninas e adolescentes, por meio das que serão promovidos o desenvolvimento de aplicativos móveis, a arquitetura de computadores, robótica e redes. O objetivo final do projeto é contribuir para a construção de uma sociedade em que meninas e mulheres possam participar ativamente do amplo mundo das tecnologias para o desenvolvimento da Internet.
Plataforma virtual de Alfabetização Digital para mulheres na Argentina e na América Latina
A fundação ouve consultas de mulheres da Argentina toda sobre violência digital, oferecendo assessoria jurídica e técnica. Tendo contato direto com usuárias digitais do país todo, a fundação identificou que, em múltiplas instâncias, há um desconhecimento generalizado entre essas usuárias sobre seus direitos digitais, as plataformas, os dispositivos e equipamentos tecnológicos que usam e, acima de tudo, muita desinformação sobre segurança de computadores, privacidade e gerenciamento responsável das tecnologias da informação e comunicação.
O projeto propõe o desenvolvimento de uma plataforma própria para oferecer cursos on-line para a alfabetização digital de mulheres na Argentina e na América Latina. Os cursos estarão focados na liberdade de expressão digital, anonimato digital, segurança de redes sociais e dispositivos, violência digital contra as mulheres, trolls machistas, comunicação digital com perspectiva de gênero, direito e Internet, governança da Internet, entre outros. Está previsto o lançamento de diferentes cursos on-line extensos, em paralelo com seminários, webinars e oficinas práticas. As atividades são propostas como uma forma de manter a comunidade informada e em debate e atualização permanente. Esse trabalho será feito com organizações afins e/ou ativistas feministas.
O projeto visa alcançar mais mulheres argentinas e de países da América Latina, para gerar uma comunidade de mulheres conscientes de seus direitos digitais, que se familiarizem com a governança da Internet com uma perspectiva de gênero, que explorem seu próprio desenvolvimento on-line e que, por sua vez, sejam promotoras e disseminadoras dessas mensagens entre seus pares.
NuestraRed.org
O projeto NuestraRed.org operou durante 4 anos nos departamentos de Risaralda, Quindío e Vale do Cauca. Possui 23 nós que visam fornecer Internet às localidades desses departamentos com um modelo de sustentabilidade operado pelas comunidades. Anteriormente, estas localidades estavam total ou parcialmente desconectadas e isoladas.
O projeto usa ferramentas gratuitas para a implementação da rede. NuestraRed.org documenta seus esforços técnicos de forma constante para facilitar a replicação: https://nuestrared.org/Ibc5d00eb8738f07118b29e4dcfab6555. Isso permitiu que o projeto ofereça apoio técnico e consultoria a outras redes em processo de implementação, como a RedINC em Cauca e a RedCoManí em Maní Casanare (Colômbia). Essas redes em formação são lideradas por camponeses e comunidades rurais e contam com o apoio da Associação Civil Colnodo (Subsídio FRIDA 2018).
NuestraRed.org tem um portal cativo que permite acessar conteúdo local, Wikipédia, Wiki conteúdo, conteúdo do portal Rachel para a educação, saúde, aprendizagem guiada e autodirigida, livros, biblioteca e um bate-papo para a comunicação local entre os usuários e os nós. Todos os conteúdos são de código aberto e consultados por uma média de 150 pessoas por dia.
A rede atingiu uma cobertura de 200 quilômetros quadrados com cerca de 250 usuários mensais, atingindo um total de 12.000 usuários nos seus quatro anos de operação. Tem um uso mensal de 2.000MB de conteúdo que, em quatro anos, atingiu os 96.000MB. Tem cerca de 5.000 cliques mensais para a Wikipédia, para um consolidado de 240.000 cliques; e cerca de 4.500 cliques para conteúdo multimídia, totalizando 216.000 cliques.
Redes Comunitárias como programa social
A Colnodo fornece serviços de comunicações para organizações colombianas e regionais com o objetivo de facilitar a troca de informações e experiências no âmbito local, nacional e internacional por meio do uso de redes de baixo custo. Por meio de seus programas estratégicos, a organização tem priorizado questões como direitos humanos, melhoria da condição das mulheres, governança, democracia e participação cidadã, desenvolvimento sustentável, democratização do conhecimento, inclusão digital e uso estratégico das tecnologias da informação e comunicação para o desenvolvimento.
Atualmente, estão trabalhando na implementação de serviços de conectividade através de redes sem fio de telefonia móvel e Internet em áreas rurais. Sob o esquema de redes comunitárias, eles fornecem serviços de consultoria e suporte para o desenho, instalação e manutenção das redes e serviços comunitários, apoiando a definição de estratégias de apropriação e sustentabilidade.
Com o apoio do Programa FRIDA, Colnodo propõe-se:
- Promover a elaboração e aprovação de propostas normativas e programáticas para fortalecer o sistema de redes comunitárias na Colômbia. Considerando, entre outros, os seguintes aspectos: programas sociais de telecomunicações, uso do espectro, operadores comunitários, compartilhamento do espectro.
- Concretizar o processo de implementação de uma rede comunitária na área rural do município de Maní Casanare, usando a tecnologia TVWS. Será avaliado o modelo de conexões de banda larga de qualidade em comunidades com características diferentes levando em conta a sustentabilidade e apropriação da rede com enfoque de gênero.
Esta iniciativa conta também com o apoio de: Rhizomatica, a Associação para o Progresso das Comunicações (APC) e a Internet Society, e com a participação ativa da comunidade organizada.
Provedores comunitários no Brasil
O grande desafio da humanidade – no qual governos, atores privados, academia, sociedade civil e sociedade em geral estão comprometidos – é conectar o próximo trilhão de pessoas à Internet, cujo acesso foi identificado como um direito fundamental, essencial para exercer a liberdade de expressão, de associação, de acesso à informação e a realização de outros direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais das pessoas, bem como para o escopo da Agenda para o Desenvolvimento 2030 (resolução A/HRC/32/L.20 do Conselho de Direitos Humanos da ONU, 2016).
No entanto, existem muitas regiões no mundo todo sem aceso à Internet. A instalação de infraestrutura muitas vezes ignora as comunidades pouco acessíveis que não representam um benefício comercial para as empresas.
No Brasil muitas comunidades rurais e urbanas não têm acesso à Internet. Em algumas comunidades da região amazônica, a conexão à Internet é o único meio de comunicação das pessoas com o exterior, na medida em que também não tem acesso a serviços de telefonia fixa, correios ou qualquer outro meio convencional de comunicação. Nesse sentido, o fosso digital acrescenta as vulnerabilidades pré-existentes dessas comunidades, aumentando a desigualdade econômica e social.
Diante dessa situação, ARTIGO 19 elaborou um projeto de apoio a duas comunidades para estabelecer provedores comunitários de acesso à Internet, com o objetivo de promover sua inclusão digital e reduzir as desigualdades geradas pela lacuna atual. A partir de um piloto já implementado em algumas comunidades da Amazônia (Brasil), a iniciativa propõe-se: realizar dias de trabalho nas comunidades para apresentar o modelo; planejar e instalar as redes (doando o equipamento necessário); treinar a população no seu uso e gerenciamento seguro e influenciar nos quadros regulamentares para o estabelecimento e desenvolvimento das redes comunitárias. Além disso, a organização facilitará a criação de redes de apoio, formadas por especialistas técnicos e comunidades participantes, a fim de trocar experiências e otimizar o uso do provedor.
Promovendo carreiras de TIC em adolescentes do ensino médio no Uruguai
Professores e estudantes mulheres dos Institutos de Computação e Engenharia Elétrica da Universidade da República do Uruguai, articulando funções de extensão e ensino, desenvolveram uma iniciativa para aproximar aspectos das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) às estudantes mulheres do ensino médio com o objetivo de promover a sua formação nesta área.
O projeto teve seu início em 2016, incluindo atividades voltadas para grupos de adolescentes mulheres do ensino médio e escolas técnicas, bem como espaços de reflexão para o público em geral, com o objetivo de quebrar estereótipos em torno da mulher e da tecnologia. O objetivo é que as adolescentes possam conhecer e interagir com engenheiros que atuam como professores e pesquisadores da área, seguindo a abordagem do “role model” (modelo de atuação). Sob o slogan de “fazer em vez de ver”, foram realizadas oficinas de robótica, programação, eletrônica, comunicações sem fio e software geográfico.
Durante a sua execução, este projeto pôde verificar a grande demanda existente deste tipo de atividades, tanto por meninas quanto por instituições educacionais, que demonstraram grande entusiasmo em continuar participando. 600 adolescentes uruguaias entre 12 e 15 anos participaram das atividades. Também foram desenvolvidos materiais didáticos com atividades definidas, guias de uso, apresentações conceituais e kits de hardware e software. Tudo isso fortaleceu a coordenação institucional entre a Universidade da República e os centros de ensino médio do país.
Nas próximas edições planeja-se ampliar a iniciativa com professores de Matemática, Física e Química de outros institutos da Universidade da República. Paralelamente, está em desenvolvimento o projeto MATE (Mulheres na Área Científico-Tecnológica), que oferece cursos intensivos de uma semana na Faculdade de Engenharia durante as férias de inverno e verão (além das oficinas) com conteúdos de programação e robótica, circuitos elétricos e matemática com uma abordagem de “role model”.
Laboratório Móvel para o desenvolvimento de habilidades STEM em estudantes e graduadas do bacharelado em Educação infantil da Universidade do Magdalena
O grupo de pesquisa GINFED (Grupo de Pesquisa em Informática Educacional) propõe a criação de um laboratório STEM para treinar estudantes e graduadas do Bacharelado em Educação Infantil da Universidade do Magdalena em aplicativos de robótica educacional (Scratch Jr, Scratch, e MBlock). A iniciativa prevê que os graduados incorporem os conhecimentos de linguagem de programação em sua prática pedagógica, enriquecendo sua prática docente e dando-lhes a capacidade de criar seus próprios recursos educacionais com tecnologia.
Será criado um laboratório móvel que será movido entre os jardins do departamento do Magdalena (Colômbia), permitindo que os professores repliquem os conhecimentos adquiridos e forneçam sua experiência para que mais meninas decidam ser treinadas em tecnologia
A ênfase é dada à educação pré-escolar, dadas as possibilidades de ferramentas como o Scratch para incentivar o desenvolvimento de capacidades e habilidades STEM em crianças, criando atividades lúdicas, didáticas e enriquecedoras na sala de aula.
Editatona, quebrando a lacuna de gênero na Wikipédia
Editatona nasceu no final de 2014 com o objetivo de reduzir a lacuna de gênero na Wikipédia. A enciclopédia on-line sofre, como muitos projetos tecnológicos, uma lacuna de gênero inaceitável que se reflete no número de colaboradoras (de cada 10 wikipedistas, apenas uma é mulher) e no conteúdo criado: de todas as biografias que existem na Wikipédia em espanhol, apenas 16% correspondem a mulheres, além de que muitos artigos têm inclinações machistas e sexistas.
Concebida por algumas wikipedistas da Wikimédia México (capítulo mexicano da Wikimédia) e apoiada por várias organizações da sociedade civil como Luchadoras, Social Tic, Impetú, entre outras, Editantona é um evento exclusivo para mulheres, que permite aprender sobre a Wikipédia e habilidades digitais em geral, em um ambiente sem preconceito ou ridicularizarão.
Uma Editatona é uma maratona em que são feitas a edição, criação e aprimoramento dos artigos da Wikipédia com fontes confiáveis e verificáveis sobre um assunto específico. Trata-se de uma atividade participativa que adiciona uma dimensão presencial à tarefa on-line de editoras e editores voluntários que, além de trazer a socialização para a comunidade, a torna mais visível para o público.
A primeira Editatona foi realizada em janeiro de 2015, com uma convocatória muito ampla: 84 mulheres registradas. Desde então, o evento se tornou internacional; mais de 50 edições foram feitas em diferentes cidades da América Latina, criando mais de 200 artigos novos e mais de 1000 editados. Foi gerado um espaço seguro e amigável, onde as mulheres podem participar sem encontrar barreiras.